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O ministro Luís Roberto Barroso, atual presidente do Supremo Tribunal Federal, avalia encerrar sua trajetória na Corte antes mesmo de atingir a idade da aposentadoria compulsória, prevista apenas para 2032. Com mandato na presidência do STF até setembro deste ano, Barroso estaria inclinado a antecipar sua saída, em meio a um cenário global de crescente intolerância e ataques ao Estado democrático de direito — muitos deles incentivados por figuras como Donald Trump e Jair Bolsonaro.
A decisão ainda não está tomada, mas interlocutores próximos revelam que Barroso está cada vez mais inclinado a deixar o tribunal. Aos 67 anos, ele poderia permanecer por mais oito anos no cargo, mas a deterioração do ambiente institucional, com o avanço da extrema direita e a banalização do discurso autoritário, tem desgastado seu entusiasmo pela vida pública.
Um dos episódios que mais impactaram o ministro foi a retaliação promovida pelo atual governo norte-americano, liderado por Trump, que revogou vistos de ministros brasileiros ligados à defesa da democracia. Barroso, que mantém laços acadêmicos com instituições norte-americanas e costuma passar temporadas nos EUA, viu na medida um ataque direto. Enquanto Alexandre de Moraes reagiu com firmeza, Barroso sentiu a agressão de forma mais pessoal, o que o fez repensar seus vínculos internacionais.
Com o fim de seu mandato como presidente do STF, Barroso passará a compor a Segunda Turma da Corte, ao lado de nomes com os quais tem menos afinidade — entre eles os bolsonaristas Nunes Marques e André Mendonça. Desde 2013, o ministro atuava na Primeira Turma, onde construiu maior proximidade com colegas.
Caso se confirme a aposentadoria antecipada, o presidente Lula poderá indicar um novo nome ao Supremo ainda neste mandato. Estão no radar o advogado-geral da União, Jorge Messias, e a ministra Maria Elizabeth Rocha, do STM. Ambos são bem vistos dentro do governo e representam perfis alinhados ao compromisso com os direitos fundamentais e a Constituição.
Mesmo sem confirmação oficial, a possibilidade já movimenta os bastidores da política e do Judiciário. Barroso, que pretende se dedicar à vida acadêmica ou até assumir um cargo diplomático, confidenciou a aliados: “há momentos em que o recuo é a única forma digna de resistência”. A frase traduz o cansaço diante de um mundo onde o bolsonarismo e seus equivalentes internacionais seguem ameaçando valores democráticos com total hipocrisia e cinismo.
Com informações do Brasil 247
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