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A prisão domiciliar de Jair Bolsonaro acentuou a já notória divisão dentro do clã bolsonarista. Com o ex-presidente impedido de aparecer publicamente, a disputa pelo papel de "porta-voz" da extrema direita se intensificou entre Michelle Bolsonaro, atual presidenta do PL Mulher, e os filhos do ex-capitão, especialmente Flávio Bolsonaro. O senador, em tom irritado, rechaçou qualquer protagonismo da madrasta, dizendo que ela "não gosta de dar entrevista" e que "qualquer parlamentar pode ser porta-voz".
O incômodo de Flávio reflete não só uma briga por espaço, mas também a preocupação com uma possível ascensão política de Michelle, que convive com Bolsonaro em sua prisão domiciliar e tem o apoio declarado de lideranças do PL, como Damares Alves, Bia Kicis e o presidente do partido, Valdemar Costa Neto. Aliada do pastor Silas Malafaia e bancada evangélica, Michelle tem ganhado visibilidade — e verba: só em 2024, recebeu R$ 860 mil do PL para cumprir agendas como representante do partido.
Na avaliação de aliados, Michelle se apresenta como uma figura mais palatável ao eleitorado conservador, podendo até ocupar uma vaga em chapa presidencial. Mas os filhos do ex-presidente enxergam nela um risco de traição política. Os atritos com Carlos e Jair Renan Bolsonaro se acumulam, e a tensão se agravou após o episódio em que Michelle desautorizou publicamente Ana Cristina Valle, mãe de Jair Renan, durante a eleição de 2022.
O histórico da família alimenta a desconfiança. Em 2000, Jair Bolsonaro emancipou Carlos aos 16 anos para disputar uma vaga de vereador no Rio, com o objetivo de tomar o espaço da ex-esposa, Rogéria Nantes Bolsonaro. A guerra pelo espólio político do patriarca parece ser uma constante no clã, marcado por traições, alianças frágeis e vaidades.
Além da rivalidade doméstica, a prisão de Bolsonaro escancarou o caos na extrema direita. No Senado, figuras como Magno Malta se acorrentaram à mesa diretora num ato desesperado. Enquanto isso, Flávio tenta se posicionar como o herdeiro político do pai, já que Eduardo segue foragido nos Estados Unidos, após se envolver em articulações golpistas e ataques contra o STF.
A disputa interna mostra que, mesmo sem poder sair de casa, Jair Bolsonaro continua sendo um imã de confusão e divisão — dentro da própria família e entre os radicais que ainda orbitam sua figura. A guerra pelo protagonismo da extrema direita só começou, e tudo indica que os bastidores bolsonaristas seguirão alimentando novos capítulos de escândalos e traições.
Com informações da Fórum
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