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Filho de um capitão do Exército que trabalhou por décadas com Jair Bolsonaro e amigo de infância dos filhos do ex-presidente, o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Jorge Oliveira atuou para travar uma investigação que identificou indícios de cartel em licitações bilionárias da Codevasf, estatal turbinada pelo Orçamento Secreto e controlada historicamente pelo Centrão. A auditoria da área técnica apontou manipulação de 102 editais entre 2018 e 2021, período que inclui os governos Michel Temer e Bolsonaro.
Os técnicos do TCU recomendaram ouvir a Codevasf e 32 empresas suspeitas, mas, em dezembro de 2023, Oliveira discordou, alegando não haver “prova direta” e chamando de frágil a inferência matemática que indicava conluio. O ministro determinou que as informações fossem compartilhadas com CGU, Polícia Federal e Ministério Público apenas para colher “eventuais contribuições” e possíveis novas provas, paralisando a apuração. Em 2024, a CGU detectou superfaturamento em 10 de 12 obras auditadas, reforçando as suspeitas.
A Codevasf é um dos principais feudos do Centrão, abastecida por emendas de relator, base do chamado Orçamento Secreto criado no governo Bolsonaro. Sob comando de Marcelo Moreira, indicado por Elmar Nascimento em acordo com Ciro Nogueira e Arthur Lira, a estatal virou cabide de empregos para parentes de políticos, incluindo familiares de senadores, deputados e do próprio presidente da Câmara, Hugo Motta.
A Polícia Federal investiga um esquema que envolve organização criminosa, corrupção, fraude em licitações, peculato e lavagem de dinheiro. Em julho, na 5ª fase da Operação Overclean, o pai de Marcelo Moreira foi preso por porte ilegal de arma, e parentes de Elmar Nascimento tiveram endereços vasculhados. Prefeitos ligados ao esquema são suspeitos de autorizar pagamentos milionários a empresas de fachada.
Moreira deixou a presidência da Codevasf em junho deste ano, no meio das investigações e denúncias de assédio, e aguarda o fim da quarentena para assumir um cargo na Odebrecht. Ele foi substituído por Lucas Felipe de Oliveira, ligado a Davi Alcolumbre, mantendo o controle político da estatal nas mãos do Centrão.
Fontes da PF afirmam que a investigação agora deve avançar sobre líderes partidários e figuras centrais da bancada bolsonarista, mirando diretamente o núcleo político que se beneficiou do uso da Codevasf como instrumento de poder e caixa eleitoral.
Com informações da Fórum
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