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Uma cena de tensão extrema marcou a operação da Polícia Federal que cumpriu mandados de busca relacionados ao escândalo das joias recebidas por Jair Bolsonaro da Arábia Saudita. Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama, protagonizou um incidente grave ao tentar arrancar o celular das mãos de uma agente policial durante a ação em um imóvel vinculado à família em Brasília.
Testemunhas relatam que Michelle, em estado de nervosismo, avançou contra a delegada responsável pelo procedimento quando percebeu que ela filmava detalhes da operação. A ex-primeira-dama teria gritado "isso é abuso!" enquanto tentava forçosamente tomar o aparelho, empurrando a agente e quebrando protocolos de segurança. O vídeo que registra parte do confronto agora integra o inquérito como prova de obstrução à justiça.
A reação da PF foi imediata: duas policiais contiveram Michelle fisicamente, enquanto a delegada-chefe a advertiu com firmeza: "Se voltar a tocar em um agente, será algemada e detida por desacato e resistência". O alerte fez a ex-primeira-dama recuar, mas sua atitude foi classificada internamente como "tentativa de destruir evidências", já que o celular registrava imagens críticas do local.
O episódio ocorreu durante buscas focadas em documentos sobre o carregamento de joias avaliadas em R$ 16,5 milhões – caso no qual Bolsonaro é investigado por apropriação indébita. Fontes da PF afirmam que a atitude de Michelle reforça um padrão de hostilidade às investigações, lembrando que Jair Bolsonaro também foi filmado tentando reter equipamentos de agentes em operação anterior.
Para juristas consultados, a conduta configura crimes de resistência e desobediência (art. 330 do CP), com pena prevista de até dois anos de detenção. O Ministério Público Federal avalia incluir novos elementos na investigação principal, transformando o caso em mais um capítulo da crise de relacionamento entre os Bolsonaro e as instituições de controle.
Com informações do jornal O Globo
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