10/8/2025 12:14

Lula intensifica ações sociais e fortalece pauta de justiça tributária para ganhar apoio popular

2183 visitas - Fonte: PlantãoBrasil

O Palácio do Planalto acionou sua artilharia pesada para reconquistar o apoio popular em meio às turbulências políticas. Na última semana, Lula anunciou um pacote de medidas que acelera programas sociais e coloca a justiça tributária no centro do palco – movimento calculado para impactar o bolso dos mais pobres enquanto desafia a resistência do Congresso e governadores.

A ofensiva social começou com a antecipação do Bolsa Família para esta quarta-feira (3), injetando R$ 7 bi adiantados na economia de 22 milhões de famílias. Junto veio a MP 1.225/2024, que desengaveta o Minha Casa, Minha Vida: 1 milhão de unidades serão licitadas até agosto, com foco em periferias de cidades acima de 250 mil habitantes. "É a maior liberação de recursos para habitação popular deste governo", comemorou o ministro Rui Costa, destacando o corte de burocracias que emperravam obras.

Mas a jogada estratégica está no discurso agressivo sobre tributação. Durante cerimônia no Nordeste, Lula disparou: "Enquanto o trabalhador paga imposto no pão, os bilionários sonegam IR sobre lucros e dividendos". A fala ecoa o projeto que taxará grandes fortunas e fundos exclusivos, já em análise no Congresso. O timing não é casual: com eleições municipais a 120 dias, o governo quer transformar a reforma em bandeira eleitoral do PT, vinculando-a ao aumento real do salário mínimo (4,5% acima da inflação).

A reação conservadora foi imediata. Governadores de São Paulo, Minas e Rio já falam em "guerra fiscal" contra a proposta de taxação de offshore, enquanto a Fiesp alerta para "fuga de capitais". O Planalto contra-ataca com números: estudo do Ipea mostra que 0,1% dos mais ricos concentram 34% da renda não tributada. "Ou taxamos quem nunca pagou, ou o ajuste fiscal cairá no colo dos trabalhadores", ameaça um ministro petista.

A aposta de Lula é clara: ao turbinar programas de impacto direto (como Luz para Todos e Farmácia Popular) e radicalizar o discurso contra privilégios, o governo espera recompor sua base antes das eleições. Resta saber se o Congresso – onde ruralistas e centrão travam a pauta tributária – engolirá o projeto sem o esvaziar. Para aliados, uma coisa é certa: a batalha pelo andar de baixo nunca esteve tão ligada ao cerco ao andar de cima.

Com informações do jornal O Estado de S.Paulo

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