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A bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP), condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão por contratar o hacker Walter Delgatti para invadir sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserir um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, segue presa na Itália e acumula derrotas na Justiça. A deputada fugiu do Brasil em maio, passando por Argentina e EUA antes de chegar a Roma, onde foi capturada em julho após inclusão na lista vermelha da Interpol.
Nesta quarta-feira (13), Zambelli participou de nova audiência na Itália, chorou e alegou sentir-se mal, mas a Justiça manteve sua prisão. Ela vestia roupas simples, aparentava abatimento e será submetida a perícia médica em 22 de agosto, a pedido da defesa. Uma nova audiência, marcada para sete dias depois, avaliará o processo de extradição, que pode durar até um ano, ou eventual prisão domiciliar.
A bolsonarista enfrenta um regime prisional rígido, sem acesso a itens pessoais, e familiares afirmam não ter recursos nem para comprar produtos básicos como xampu. As contas bancárias, salário e verbas de gabinete foram bloqueados por ordem de Moraes, e suas redes sociais no Brasil permanecem suspensas sob pena de multa diária de R$ 100 mil. Até o filho de 17 anos teve negada a permissão para visitá-la.
A defesa, composta por advogados italianos e brasileiros, tenta obter sua liberdade alegando problemas de saúde, como fibromialgia rara e distúrbios psicológicos, mas não convenceu a Justiça italiana. Zambelli também está cassada pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) e perdeu os direitos políticos por disseminação de fake news nas eleições de 2022.
O caso expõe mais um capítulo do histórico de ataques à democracia promovidos pelo bolsonarismo. Zambelli, que atuou como uma das vozes mais agressivas contra o STF e o governo Lula, hoje se vê isolada e sem o apoio financeiro que recebia de aliados. As doações de apoiadores cessaram, e o marido teve as contas bloqueadas, aprofundando a crise da família.
Enquanto isso, o governo brasileiro acompanha o processo de extradição para que a condenação seja cumprida no Brasil. Para os defensores da democracia, a prisão de Zambelli simboliza a resposta firme das instituições contra aqueles que atentam contra o Estado de Direito e usam a política como plataforma para crimes.
Com informações do DCM
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