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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes afirmou, em entrevista ao jornal americano Washington Post, que não pretende recuar diante das pressões políticas e das tentativas de intimidação ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e à extrema-direita. “Não existe a menor possibilidade de recuar nem um milímetro”, disse o magistrado, que foi descrito pelo diário como “o juiz que se recusa a ceder à vontade de Trump”.
Moraes recordou a decisão de 4 de agosto, quando decretou a prisão domiciliar de Bolsonaro por desrespeitar ordem judicial que o impedia de usar redes sociais. O ministro foi categórico: “Faremos o que é certo: receberemos a acusação, analisaremos as provas, e quem tiver que ser condenado, será condenado; quem tiver que ser absolvido, será absolvido”.
O ministro também comentou as retaliações impostas pelo presidente norte-americano Donald Trump, que decidiu punir o Brasil e Moraes pessoalmente. Entre as medidas, estão o aumento de 50% nas tarifas de importação sobre produtos brasileiros, o cancelamento de seu visto e a inclusão do nome do ministro na lista de sanções da chamada Lei Magnitsky. Apesar da ofensiva, Moraes disse manter “total tranquilidade” para aplicar a lei.
A reportagem destacou que Moraes é hoje uma das figuras mais influentes do Judiciário, responsável por inquéritos contra a desinformação, por determinar prisões de políticos bolsonaristas e até pela suspensão da plataforma X no Brasil. O Washington Post lembrou ainda que, em 2019, diante dos ataques golpistas de Bolsonaro e seus cúmplices, o então presidente do STF, Dias Toffoli, entregou a Moraes a missão de conduzir o inquérito das fake news, que se tornou um escudo contra os avanços autoritários.
O ministro defendeu que sua postura firme se deve à experiência histórica do Brasil com ditaduras e tentativas de golpe. “Entendo que, para os americanos, é mais difícil compreender a fragilidade da democracia, porque nunca tiveram um golpe. Mas o Brasil viveu ditaduras e tentativas de ruptura. Quem é mais atacado por uma doença cria anticorpos mais fortes”, disse Moraes.
Segundo o Post, ele concentra praticamente todos os inquéritos sobre ataques à democracia promovidos por Bolsonaro e seus aliados, além de ter comandado o Tribunal Superior Eleitoral em 2022, quando tornou o ex-presidente inelegível. Hoje, conduz também as investigações sobre a trama golpista que pretendia manter Bolsonaro no poder, incluindo até planos de assassinato de adversários. Questionado se acumula poder em excesso, Moraes foi direto: “Mais de 700 de minhas decisões foram revisadas pelo STF. Sabe quantas eu perdi? Nenhuma”.
Com informações do DCM
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