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A indústria farmacêutica brasileira vive um momento estratégico que pode transformar o acesso a medicamentos no país. Entre 2025 e 2030, mais de 1,5 mil patentes de fármacos vão expirar, abrindo espaço para genéricos até 35% mais baratos de cerca de mil medicamentos usados no tratamento de 186 doenças, incluindo câncer e diabetes.
Atualmente, o Brasil possui 4,6 mil registros de genéricos, mas a expectativa é de crescimento de até 20%. O movimento deve reduzir custos ao consumidor e ao SUS, que hoje gasta R$ 20 bilhões anuais com medicamentos. Somente com o eculizumabe, usado em doenças raras, o gasto ultrapassa R$ 1 bilhão por ano.
As patentes que expiram pertencem a gigantes como Pfizer, Astrazeneca, Novartis e Janssen, o que estimula tanto investimentos privados quanto políticas públicas. O governo federal já atua em conjunto com empresas nacionais para mapear substâncias estratégicas e preparar fábricas. Entre 2023 e meados de 2025, o BNDES liberou R$ 7,8 bilhões em financiamentos para a saúde, um aumento de 72% em relação ao período anterior. Com a Finep, os aportes chegam a R$ 11,8 bilhões dentro da política Nova Indústria Brasil.
Laboratórios nacionais já se antecipam. O Aché investe R$ 500 milhões na expansão de fábricas em três estados, mirando antibióticos e remédios oncológicos. A Cimed aplicou R$ 200 milhões só em 2025 para ampliar sua linha de medicamentos voltados ao diabetes, doenças cardíacas e distúrbios do sistema nervoso. Teuto e Medley também ampliam centros de distribuição e portfólios.
Entre os medicamentos mais aguardados está a semaglutida, princípio ativo de produtos como Ozempic e Wegovy, usados contra diabetes e popularizados como opção para perda de peso. A patente expira em 2026, mas a farmacêutica Novo Nordisk tenta estender sua validade no Brasil. Caso isso não ocorra, versões genéricas podem chegar ao mercado com preços bem menores.
Para que essa revolução avance, especialistas apontam a necessidade de reduzir a burocracia no INPI, que hoje leva em média 4,4 anos para analisar patentes. O setor pressiona o Congresso para garantir autonomia financeira ao órgão e encurtar o prazo para dois anos, o que permitiria ao Brasil acompanhar a explosão global do mercado de genéricos e consolidar uma posição de destaque na produção farmacêutica.
Com informações do DCM
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