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O governo de São Paulo, chefiado por Tarcísio de Freitas (Republicanos), iniciou testes de um polêmico sistema de vigilância por inteligência artificial em 11 escolas estaduais. Apresentado como ferramenta para “aumentar o engajamento” dos alunos, o SADI (Sistema de Autoavaliação de Desenvolvimento Inteligente) transforma salas de aula em espaços de monitoramento constante, captando expressões faciais, movimentos e interações para análise algorítmica.
O projeto é desenvolvido pelo Instituto de Tecnologia Anexo, de Goiás, e promete análise comportamental em tempo real. Até o fim do ano, a meta é expandir para toda a rede estadual. No entanto, denúncias revelam que os alunos e professores são supervisionados sem base legal, sendo classificados por métricas que nem os educadores compreendem. Uma professora, por exemplo, foi cobrada porque seu “índice de engajamento” estava em apenas 28%.

A coleta de dados ocorre de forma precária e questionável. Apenas uma aluna teve o rosto borrado digitalmente porque a mãe recusou a autorização. Professores da USP alertam que a prática viola a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e pode configurar uso de crianças como cobaias em experimentos privados.
O sistema, segundo documentos, mede fatores como “foco visual”, “interação com o professor”, “uso do celular” e até “reações físicas”. Ninguém, porém, explica como o algoritmo calcula essas informações. Para especialistas, trata-se de um modelo coercitivo, racista e anti-pedagógico, que reduz a educação a relatórios empresariais.
A própria Secretaria da Educação admite que não há contrato formal, chamando a iniciativa de “projeto piloto”. O detalhe escancara o caráter ilegal e arbitrário da medida, já que qualquer parceria entre o Estado e uma empresa deve ter processo administrativo público. O Instituto Anexo, por sua vez, se apresenta como voltado à “lucratividade educacional”, ostenta vínculos com políticos bolsonaristas e anuncia que pretende “aumentar a empregabilidade” dos jovens a partir dessa vigilância.
Para especialistas, o SADI não passa de um sistema de controle disfarçado de inovação, que ameaça direitos fundamentais, normaliza a espionagem em sala de aula e entrega dados sensíveis de menores a interesses privados. Mais um exemplo de como o bolsonarismo, mesmo fora do Planalto, tenta impor um modelo autoritário também na educação pública.
Veja o vídeo abaixo:
Com informações do DCM
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