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Durante a sessão desta quarta-feira (4) no Supremo Tribunal Federal (STF), a defesa de Jair Bolsonaro (PL) tentou descolar o ex-presidente da trama golpista que levou ao ataque de 8 de janeiro. O advogado Celso Vilardi afirmou que não há provas que liguem Bolsonaro aos documentos conhecidos como “Punhal Verde e Amarelo” ou “Operação Luneta”, e sustentou que as acusações seriam baseadas apenas em suposições.
A estratégia central foi atacar a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do próprio Bolsonaro. Vilardi classificou a colaboração como “mentirosa” e uma “falácia”, tentando descredibilizar um dos principais elementos da acusação. A defesa ainda negou que Bolsonaro tenha conspirado com comandantes militares para reverter o resultado das urnas, alegando que as conversas se restringiram a hipóteses constitucionais, como estado de defesa ou estado de sítio.
O discurso, no entanto, contrasta com o conjunto de provas reunidas pelo Ministério Público. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, rebateu a narrativa e reforçou que a tentativa de golpe foi amplamente documentada em gravações, manuscritos, arquivos digitais e trocas de mensagens. Ele destacou que não era necessário decreto formal para caracterizar a ruptura institucional, já que as ações golpistas estavam em andamento.
Alexandre de Moraes, relator do caso, também rechaçou manobras para anistiar golpistas e reafirmou a posição do STF de não ceder a pressões externas. Outros ministros da Primeira Turma acompanharam a análise, em um julgamento que já se tornou divisor de águas para o enfrentamento às tentativas de captura das instituições democráticas.
Além de Bolsonaro, outros sete réus são julgados. Eles respondem por organização criminosa armada, abolição violenta do Estado democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado ao patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
A defesa insiste em retratar Bolsonaro como vítima de perseguição política, reduzindo seus atos a meras “opiniões”. Mas as provas reunidas, segundo a acusação, mostram que o ex-presidente foi peça central em uma engrenagem criminosa contra a democracia. O julgamento segue em andamento e deve definir o destino político e jurídico do líder da extrema direita.
Com informações do Brasil 247
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