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O voto de Luiz Fux no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira (10), livrando Jair Bolsonaro (PL) e outros réus do núcleo golpista de responsabilidade criminal, gerou suspeitas até entre seus próprios apoiadores. O empresário bolsonarista Otávio Fakhoury insinuou que o ministro teria se encontrado com pessoas ligadas ao Departamento de Estado dos Estados Unidos antes de mudar radicalmente de posição.
A declaração foi feita no X (antigo Twitter) após o advogado Paulo Faria questionar por que Fux, que havia condenado mais de 400 envolvidos nos atos de 8 de janeiro, agora sustentava a “incompetência do STF” para julgar Bolsonaro e aliados. Fakhoury respondeu que esses votos ocorreram “antes de uma certa viagem que ele fez aos Estados Unidos”, onde teria ouvido pessoas próximas ao governo norte-americano.

A insinuação surge em meio a um cenário de pressão direta do governo de Donald Trump sobre a Justiça brasileira. Washington tem ameaçado sanções e tenta interferir para que Bolsonaro seja anistiado, enquanto seu filho Eduardo Bolsonaro (PL) atua nos EUA como articulador político em favor do pai.
Otávio Fakhoury, conhecido como “Faka”, já foi investigado pela CPI da Covid por financiar fake news durante a pandemia e apontado como um dos integrantes do “gabinete do ódio”. O empresário também admitiu ter bancado sites de desinformação como Crítica Nacional e Terça Livre, do bolsonarista Allan dos Santos.
Em relatório anterior, a Polícia Federal concluiu que ele financiou material de campanha de Bolsonaro em 2018 sem declarar à Justiça Eleitoral. Ainda assim, Fakhoury tem festejado o voto de Fux, que, para a extrema-direita, representa uma reviravolta no julgamento do ex-presidente.
Até então, Fux havia acompanhado a maioria do Supremo na condenação de centenas de golpistas. Agora, ao alegar “incompetência absoluta” do STF para julgar Bolsonaro, tornou-se alvo de especulações e teorias dentro do próprio bolsonarismo.
Com informações do DCM
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