2064 visitas - Fonte: Plantão Brasil
Pesquisadores da Universidade Federal de Roraima (UFRR) identificaram indícios de uma grande área com potencial para terras raras, grupo de 17 minerais considerados estratégicos para a indústria e a tecnologia. A descoberta ocorreu no município de Caracaraí, às margens do Rio Branco, no centro-sul do estado.
As primeiras análises apontam concentrações até 100 vezes acima do normal, com destaque para o ítrio, utilizado na produção de supercondutores, catalisadores, lasers e telas de LED. Segundo os estudos, o elemento pode atingir 296 partes por milhão (ppm) na região. Agora, a equipe coordenada por Vladimir de Souza, Carlos Eduardo Lucas Vieira e Lorena Malta Feitosa busca comprovar se os teores se mantêm em todo o corpo mineral.
O próximo passo será mapear a área e retirar amostras para exames químicos mais aprofundados. Caso os resultados confirmem a alta concentração, serão iniciadas perfurações e sondagens para avaliar a real dimensão da jazida. Estima-se que Caracaraí possa ter até 100 mil hectares com potencial de terras raras — depósitos que chegariam a ser 50 vezes maiores que os convencionais.
A descoberta foi feita no Complexo Mineral Barreira, em área privada, a cerca de 60 km das terras indígenas mais próximas e 50 km de áreas de preservação ambiental. Todo o processo é acompanhado pela Agência Nacional de Mineração (ANM), pelo Conselho de Defesa Nacional e pela Polícia Federal, garantindo que os trabalhos sigam os critérios de soberania e segurança.
Com a novidade, o Brasil reforça sua posição estratégica no cenário global. Já detentor da segunda maior reserva de terras raras do mundo, atrás apenas da China, o país vê em Roraima um novo polo capaz de somar-se às explorações em Goiás e ao avanço de autorizações em Minas Gerais. Esses minerais são fundamentais, entre outras coisas, para a transição energética, produção de baterias e superímãs usados em turbinas eólicas e veículos elétricos.
Atualmente, a legislação permite que pessoas físicas ou jurídicas solicitem autorizações de pesquisa mediante taxas e obrigações legais, com prazo de três anos para a entrega de relatórios detalhados. O não cumprimento gera multas, mas a corrida por essas áreas, cada vez mais estratégicas, já mobiliza mineradoras e investidores atentos ao futuro da indústria mundial.
Com informações da Fórum
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