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O governador Tarcísio de Freitas, que tenta se equilibrar entre o apadrinhamento de Jair Bolsonaro e os mimos da Faria Lima, protagonizou mais um recuo humilhante ao se curvar ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Após passar meses destilando críticas e garantindo que São Paulo "não precisava" do auxílio federal, Tarcísio sancionou a adesão do estado ao Propag, programa de renegociação de dívidas criado pela gestão Lula. Com as contas sufocadas por um débito de R$ 300 bilhões, o herdeiro do bolsonarismo engoliu o orgulho para não quebrar o estado mais rico do país.
A sanção da lei expõe a hipocrisia de Tarcísio e de seus colegas de extrema direita, como Romeu Zema e Cláudio Castro, que mantêm o discurso de "oposição" enquanto correm para o colo do Palácio do Planalto quando o dinheiro acaba. O governador paulista, que chegou a publicar notas oficiais descartando o programa, agora celebra a economia de R$ 63 bilhões garantida pelas regras favoráveis desenhadas pelo ministro Fernando Haddad. Na prática, o "gestor" da Faria Lima admite que a saúde fiscal de São Paulo hoje depende diretamente da competência e da disposição de Lula em socorrer as unidades federativas.
Para viabilizar o pagamento e tentar esconder o rombo bilionário, Tarcísio autorizou até o uso de receitas futuras da exploração de petróleo e gás. O acordo, que funciona como um "Refis dos estados", exige que os valores economizados sejam aplicados em investimentos públicos, algo que a sanha privatista do governador vinha negligenciando em favor de favorecimentos a grupos empresariais. Esse movimento revela que, apesar da retórica bolsonarista agressiva, a realidade dos números obriga a direita a reconhecer a solidez das políticas econômicas do governo federal.
O recuo de Tarcísio é também um golpe em sua pretensão de se apresentar como uma alternativa autossuficiente para 2026. Ao aderir ao Propag, ele confessa que sua administração seria inviável sem os mecanismos de correção e alongamento de prazos propostos por Lula. A tentativa de rotular a adesão como uma "decisão técnica" após a queda de vetos no Congresso não apaga o fato de que o governador passou metade do ano atacando o projeto para, no fim, assiná-lo como sua única tábua de salvação financeira.
Enquanto Bolsonaro e seu filho Flávio disputam o espólio do radicalismo, Tarcísio mostra que seu "choque de gestão" é, na verdade, um choque de realidade. A dependência de São Paulo em relação à União prova que o discurso de independência fiscal do bolsonarismo é puramente fantasioso. A adesão ao programa federal é a prova documental de que, sem o pacto federativo fortalecido pelo presidente Lula, o projeto de poder da extrema direita paulista estaria fadado ao colapso econômico imediato.
A capitulação de Tarcísio de Freitas reforça uma tendência clara: a direita grita nas redes sociais, mas ajoelha no Ministério da Fazenda. O governador que sonhava em ser o sucessor do extremismo agora governa sob as regras e o alívio fiscal proporcionados por aqueles que ele tentou derrotar. O Propag, que ele tanto desprezou, será o responsável por dar um fôlego às contas paulistas, deixando claro para o eleitor quem realmente trabalha para salvar a economia nacional da herança maldita deixada por Bolsonaro.
Com informações da Fórum
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