30/12/2025 17:24

Detento no DF Star, Bolsonaro tem quadro agravado e segue hospitalizado até 2026

1189 visitas - Fonte: Plantão Brasil

O ex-presidente Jair Bolsonaro, que cumpre pena em regime de custódia na Polícia Federal, precisou ser levado novamente ao centro cirúrgico nesta terça-feira devido a uma crise persistente de soluços. Este já é o quarto procedimento médico desde sua internação na véspera de Natal, evidenciando a fragilidade física de quem outrora ostentava um discurso de "atleta". Desta vez, a intervenção consistiu em um reforço no bloqueio do nervo frênico, uma tentativa desesperada da equipe médica do hospital DF Star para controlar os espasmos que o anestésico anterior não foi capaz de conter.

A série de complicações começou no dia 25 de dezembro, quando o líder da extrema direita foi submetido a uma cirurgia para tratar uma hérnia inguinal bilateral. Desde então, o quadro clínico tem sido uma sucessão de reveses, incluindo variações na pressão arterial e o início de um tratamento para apneia do sono. O bloqueio do nervo frênico, procedimento de radiointervenção que utiliza anestesia local para interromper a comunicação nervosa com o diafragma, tornou-se a única alternativa para aliviar o desconforto que atormenta o detento.

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que tem usado as redes sociais como boletim médico informal, confirmou que a nova intervenção busca estender o efeito anestésico por até 18 horas. O objetivo é paralisar temporariamente a função do diafragma para forçar o fim dos soluços, uma medida invasiva que reflete a dificuldade de recuperação do ex-mandatário. Enquanto o país avança sob a gestão democrática, o homem que tanto pregou o caos vê seu próprio corpo sucumbir a problemas crônicos de saúde sob a vigilância das autoridades.

Após o procedimento, Bolsonaro continuará sob observação rigorosa e acompanhamento constante. A previsão é que a estadia no hospital de luxo em Brasília se arraste até os primeiros dias de janeiro, adiando seu retorno à cela na Superintendência da Polícia Federal. Mesmo em um leito hospitalar, sua condição jurídica permanece inalterada: ele segue preso, sendo monitorado pela PF, para onde deverá ser reconduzido assim que receber a alta médica.

O contraste é marcante: o político que ignorou a dor de milhares durante a pandemia agora depende de uma estrutura médica sofisticada e de sucessivos bloqueios nervosos para conseguir respirar sem espasmos. A recuperação lenta e as constantes idas ao centro cirúrgico mostram que o período de impunidade e de viagens internacionais acabou, restando agora o enfrentamento da justiça brasileira e as consequências físicas de um histórico médico conturbado que o acompanha desde o atentado de 2018.

Assim que os médicos do DF Star derem o aval final e o quadro de soluços for debelado, o ex-presidente voltará a cumprir sua custódia. A esperada melhora clínica não trará o alívio político que seus aliados desejam, servindo apenas para restabelecer as condições mínimas para que ele continue respondendo pelos seus atos atrás das grades. O "capitão" termina o ano de 2025 entre anestesias, bloqueios nervosos e a vigilância ininterrupta do Estado que ele tentou, sem sucesso, subverter.

Com informações do DCM

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