58 visitas - Fonte: Diário do Pará
menos de três meses de completar 400 anos de existência, Belém do Pará não tem muito do que se orgulhar em seu aniversário. A cidade precisa de uma faxina geral, caso não queira passar vergonha na frente dos convidados para as comemorações. É fácil andar por Belém e encontrar sacos de lixo amontoados perto das pistas, mato tomando conta das calçadas quebradas e bueiros abertos.
Retrato dessa situação está na rua Fernando Guilhon com a travessa Carlos de Carvalho, no bairro do Jurunas. Próximo à parada de ônibus, figura um aglomerado de restos de alimentos e móveis velhos, além de um bueiro aberto. “Isso não era para estar assim. Se o governo quisesse trabalhar e mudar isso, eles ajeitariam em um, dois dias. Quando eles querem, vão e fazem.”, reclama o comerciante Raimundo de Oliveira, 55.
DROGAS
Na rua dos Munducurus com as travessas Monte Alegre e Bom Jardim, o que deveria ser uma calçada repleta de árvores para os pedestres andarem virou um depósito de lixo. Ninguém quer passar pelo local, cheio de entulhos e mato. As pessoas optam por caminhar na pista, próximo aos carros.
Na esquina da Bom Jardim, três bancos de concreto indicam que o local servia de praça para as famílias do bairro. A autônoma Fátima Siqueira, 57, diz que à noite o local é utilizado para o consumo de drogas. “Está lamentável. Horrível. Não tem como andar nesse lugar. É só lixo e mato. A praça está abandonada. Ninguém ajeita nem vem aqui para capinar”, enfatiza ela.
Na rua Breves com a rua dos Tamoios, ainda no Jurunas, a mesma cena se repete. É possível enxergar pela extensão da via, no mínimo, cinco montantes de lixo na calçada. O que chama mais atenção na mesma rua é a calçada da lateral da Escola Estadual Plácida Cardoso. Entre restos de construção estão um vaso sanitário, móveis e até descartes de carcaças de animais mortos.
“Isso virou lixão. Todo dia a gente passa por aqui e o cheiro está horrível. É cachorro, gato morto e os urubus ficam voando por cima. Falta saneamento para Belém”, protestava a doméstica Isabela Santos, 49. De repente, um carro com quatro trabalhadores de limpeza da Secretaria de Saneamento de Belém (Sesan) passa pelo local. Porém, ninguém para para recolher o lixo.
Pedreira: carro de lixo sumiu e sujeira toma conta da rua
Na Pedreira, na passagem F com o canal São Joaquim, o morador Flávio Augusto Barbosa, 25, conta que desde a última sexta-feira (23) o carro de lixo não passou mais. Com isso, a sujeira fica toda acumulada em um terreno abandonado no canto da rua. “Só fizeram tirar o lixo que estava jogado no meio da rua e o resto jogaram aí nesse terreno”, reclama.
O canal São Joaquim é outra reclamação do morador. Há muito mato no local. Durante as chuvas, o cheiro fica insuportável. Segundo Flávio, o canal só é limpo quando a prefeitura comemora alguma data especial, como o aniversário de Belém. “O canal está abandonado. A Prefeitura faz a limpeza e depois para. Quando tem algum evento da Prefeitura, aí eles limpam. Só assim”, destaca.
ABANDONO
A aposentada Judite Pereira, 79, se entristece ao ver o local onde mora há 40 anos sem o mínimo de condições básicas de saneamento. No mês passado, os moradores chegaram até a encontrar uma cobra dentro do canal.
“É uma tristeza para a nossa Belém. Esse canal tem muito bicho. Os bombeiros vieram e tiraram mês passado a cobra daí. Ela tinha mais de dois metros. Tem bandido que se esconde nos entulhos nesse terreno abandonado para roubar e fumar drogas”, denuncia.
(Renata Paes/Diário do Pará)
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