Educação aumenta contas de prejuízo de escola ocupada

Portal Plantão Brasil
12/1/2016 11:26

Educação aumenta contas de prejuízo de escola ocupada

O aumento de R$ 10 mil nos cálculos do governo Alckmin ocorre após denúncias de estudantes de descobrirem salas com materiais não entregues e não usados. Ainda assim, alunos irão fazer feijoada e "vaquinha" para ressarcir Estado

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795 visitas - Fonte: GNN

A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo aumentou em R$ 10 mil o prejuízo estimado com o desaparecimento de equipamentos da escola Fernão Dias Paes, na zona oeste da capital paulista, escola símbolo e uma das primeiras a iniciar a onda de protestos contra a reorganização escolar da gestão de Geraldo Alckmin. O aumento de R$ 5 mil para R$ 15 mil ocorre após os alunos denunciarem a descoberta de salas com materiais abandonados e não entregues. Ainda assim, estudantes se organizam para fazer feijoada e "vaquinha" para ressarcir Estado.



Uma nota oficial foi divulgada pela pasta no dia 6 de janeiro, informando que, após as chaves da E.E. Fernão Dias Paes serem entregues pelos estudantes, dois dias antes, uma equipe designada pela Diretoria de Ensino e pela direção da escola realizaram uma vistoria técnica, no dia 5 e encerrada no dia 6. O resultado da visita, de acordo com a Secretaria de Educação, foi a falta de um notebook, um televisor e um projetor de imagens, e dois itens estariam danificados: uma televisão e uma impressora.



Nos dias em que o governo estadual divulgava ter sofrido prejuízo com a ocupação, que reivindicava o fim da proposta de Alckmin de reorganizar classes e fechar unidades, além da melhoria na qualidade do ensino, os estudantes descobriram pilhas de livros didáticos, apostilas, instrumentos musicais e até carteiras retidos em espaços das escolas, intactos e sem o uso. A divulgação das fotos motivou outras escolas a denunciarem que a situação se repetia. O GGN identificou a ação em, pelo menos, três escolas do Estado. Outras denúncias de professores se espalharam pelas redes sociais.



Em resposta ao GGN, a Secretaria de Educação afirmou que poderiam "ser montagem" as fotos tiradas pelos alunos nas escolas E.E. Fernão Dias, na E.E. Arthur Chagas e na E.E. Godofredo Furtado, enviadas à pasta por email na solicitação da equipe (confira a reprodução do email abaixo). Além da declaração, a assessora de imprensa responsável admitiu que o governo "estava passando por um momento delicado e crítico para a rede [de Educação]". Após a repórter informar que as solicitações não estavam sendo respondidas, a assessora ameaçou o jornal de exigir retratação e disparou ataques.



Após a publicação da reportagem, e conforme antecipado pela própria assessora, a Educação enviou uma nota de resposta. Nela, a pasta desconsidera que a reportagem enviou todas as denúncias com respectivas fotografias, e acusa o jornal de trazer "denúncias não informadas". Contudo, a Secretaria de Educação informou que "assim que fosse possível, as denúncias seriam apuradas".



A descoberta de materiais estocados e sem uso em escolas já estava disseminada em diversos veículos de notícia, quando a Secretaria de Educação e o governo do Estado decidiram ir além da vistoria técnica realizada após a desocupação e solicitaram uma nova perícia diretamente pela polícia. Depois da visita, os policiais teriam detectado a falta também de três microscópios e uma luneta que, segundo a pasta, adicionaram R$ 10 mil ao prejuízo.



Os estudantes negam ter levado objetos. Paralelamente à programação de aulas abertas, shows musicais e outras atividades, durante os 55 dias em que ocuparam o colégio na zona oeste da capital, os alunos também se revezaram para cozinhar, limpar os espaços e até consertar objetos quebrados, como vasos sanitários.



Ainda assim, no dia 4 de janeiro, os estudantes firmaram um "termo de entrega", comprometendo-se a consertar ou substituir, ao longo do ano de 2016, os itens que assumiram ter danificado, como janelas, fechaduras e uma mesa de pingue-pongue. Para custear o ressarcimento, os alunos pretendem se mobilizar em eventos, como a organização de uma feijoada na escola, além de fazer uma "vaquinha".

















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