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Em coluna no jornal Valor, Raymundo Costa comenta as discussões sobre um eventual governo Michel Temer. Ele fala sobre a reação do vice-presidente da República a uma entrevista dada pelo senador José Serra (PSDB-SP), dizendo que a resposta de Temer, onde ele diz que "não tem porta-voz", foi dura para os padrões do vice, e também porque o senador só comentou propostas que já são debatidas pela oposição e pelo PMDB.
Raymundo afirma que Temer terá que costurar a governabilidade política e econômica "a partir de agora", e também afirma que é consenso que a Operação Lava Jato continuará sendo um fator de instabilidade, mesmo numa eventual mudança de governo. "O desafio dos políticos é encontrar o ponto certo para fazer um risco de giz, demarcar o raio de ação das investigações sem serem acusados de perseguir ou tentar salvar quem quer que seja", afirma. Leia mais abaixo:
Do Valor
Primeiros embates de um "governo Temer"
Raymundo Costa
O vice-presidente Michel Temer e o senador José Serra (PSDB-SP) moram no mesmo bairro, o Alto de Pinheiros, em São Paulo. Recentemente, um deputado jogou verde para o vice e perguntou se ele de fato estava conversando sobre o futuro governo com o senador tucano, nome considerado favorito para o Ministério da Fazenda, na hipótese do impeachment da presidente Dilma. Temer deu a volta no interlocutor, no melhor estilo pemedebista: "O Serra é meu vizinho, a gente de 15 em 15 dias se encontra"
Não disse que sim, nem respondeu que não. Mas ontem sentiu-se na obrigação de divulgar uma nota a respeito de uma entrevista que Serra concedeu ao jornal "O Estado de S. Paulo" relacionando os itens fundamentais para a celebração de um pacto de governabilidade em torno do vice. Em sua nota, Temer afirmou que "não tem porta-voz, não discute cenários políticos para o futuro governo e não delegou a ninguém anúncio de decisões sobre sua vida pública".
Uma nota dura, para os padrões do vicepresidente. Até porque Serra apenas falou sobre propostas que efetivamente são discutidas pelo PMDB e a oposição para o dia seguinte do governo Dilma. É certo que não se fala de nomes nessas discussões, mas não há como negar que as propostas e a montagem de um governo Temer se encontram em estágio avançado.
Há uma semana, Serra discutia essas propostas sentado ao lado de Nelson Jobim, ministro nos governos Lula e Dilma, e de Armínio Fraga, presidente do Banco Central no governo de FHC, e líderes da oposição, num jantar na casa do deputado Heráclito Fortes (PSB-PI).
Diferentemente do que aconteceu em 1992, quando o impeachment de Fernando Collor conferiu segurança política ao governo de Itamar Franco, o vice Temer terá que costurar já a partir de agora a governabilidade política e econômica. No que diz respeito à política, a aposta é em Nelson Jobim, nome com passagem pelas três esferas de poder Executivo, Legislativo e Judiciário e trânsito fácil no PMDB, PT, Lula e as Forças Armadas.
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