Aécio e Temer ameaçam PSDB e quadrilha se une para se salvar

Portal Plantão Brasil
26/6/2017 07:03

Aécio e Temer ameaçam PSDB e quadrilha se une para se salvar

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44177 visitas - Fonte: Carta Capital

“Longe das benesses oficiais, mas perto do pulsar das ruas.” A epígrafe que figura na abertura do manifesto de criação do PSDBtem sido evocada por um crescente número de militantes tucanos para constranger a cúpula do partido, cada vez mais cindido.







Dissidentes do PMDB de José Sarney e Orestes Quércia, os fundadores da legenda, nascida em 25 de junho de 1988, diziam-se “chocados com o espetáculo do fisiologismo político e da corrupção impune” vivenciado pelo Brasil à época e “desiludidos com o governo que deixou de se constituir o primeiro da Nova República, preferindo fazer-se o último da Velha República”.



O tempora, o mores! Passados 29 anos, o PSDB hoje figura como principal fiador do peemedebista Michel Temer, investigado por corrupção passiva, obstrução da Justiça e participação em organização criminosa no Supremo Tribunal Federal. Ao manter os cuidados intensivos do moribundo paciente, o partido preserva posições em quatro ministérios. Nunca esteve tão comprometido com as benesses do poder e distante das ruas, reconhece, com pesar, um parlamentar tucano, desiludido com os rumos da legenda.



A Executiva Nacional do PSDB decidiu, em 12 de junho, permanecer no governo Temer, com o pretexto de garantir a aprovação das reformas trabalhista e da Previdência. Está cada vez mais difícil, contudo, esconder as fissuras na base. Ministro da Justiça de Fernando Henrique Cardoso e um dos autores do pedido de impeachment contra Dilma Rousseff, o advogado Miguel Reale Jr. entregou, no dia seguinte à deliberação, a sua ficha de desligamento da legenda, da qual é filiado há 27 anos.







“O argumento de permanecer no governo para apoiar as reformas não se justifica. O partido poderia dar o apoio no Congresso a elas mesmo fora da gestão”, afirmou Reale Jr. ao jornal O Globo. “O que existe é um acordo espúrio com Temer em troca de um apoio a Aécio Neves. Isso é inadmissível.”



Afastado do Senado e da presidência do PSDB, Aécio está ameaçado por um pedido de prisão preventiva solicitado pela Procuradoria-Geral da República. Alvo da Operação Patmos, o tucano responde a uma ação penal no Supremo Tribunal Federal por corrupção passiva e obstrução da Justiça. Aécio foi gravado secretamente pelo empresário Joesley Batista, dono da JBS, pedindo 2 milhões de reais para custear a sua defesa na Lava Jato, onde responde a cinco inquéritos decorrentes das delações da Odebrecht. O pedido inicial teria sido feito por Andrea Neves, sua irmã. E o dinheiro foi coletado pelo primo Frederico Pacheco.



O exame da prisão cautelar, previsto para terça-feira 20, foi adiado porque a defesa de Aécio apresentou um novo pedido para que a decisão fosse remetida da Primeira Turma, composta de cinco juízes, para o plenário do STF, no qual estão todos os 11 ministros. No sábado 17, o relator Marco Aurélio Mello rejeitou o pedido, mas terá de analisar o recurso apresentado pelo parlamentar. Não há data para o reexame do caso.



Antes de adiar o caso Aécio, a Primeira Turma do STF concedeu prisão domiciliar para a irmã e o primo do parlamentar, além de permitir o cumprimento de penas alternativas a Mendherson Souza Lima, assessor do senador Zezé Perrella (PMDB), destinatário final dos repasses da JBS. Nesse episódio, surpreendeu a atuação do ministro Luiz Fux.



FHC esmera-se em vender fumaça (Foto: Andressa Anholete/AFP)

Na semana anterior, ele foi o voto decisivo para manter Andrea Neves presa preventivamente. No recente julgamento, não apenas mudou de ideia como foi o mentor da solução de relaxar as detenções. Resta saber que forças ocultas atuaram sobre o magistrado, o mesmo que há quase três anos concedeu uma liminar para todos os juízes terem direito a um auxílio moradia de 4,3 mil reais.



Desde a eclosão do escândalo da JBS, a bancada do PSDB na Câmara está dividida sobre a permanência do partido no governo Temer. O grupo conhecido como “cabeças pretas”, em contraposição aos “cabeças brancas” que integram a cúpula da legenda, pressiona para que os tucanos entreguem imediatamente os ministérios e cargos na administração federa



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