Bolsonaro vai acabar com a pandemia por decreto, ignorando recomendações da OMS

Portal Plantão Brasil
17/3/2022 11:44

Bolsonaro vai acabar com a pandemia por decreto, ignorando recomendações da OMS

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475 visitas - Fonte: UOL

Nesta quarta-feira, o presidente Jair Bolsonaro afirmou à TV Ponta Negra, filiada do canal SBT no Rio Grande do Norte, que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, vai anunciar o fim da pandemia do novo coronavírus em abril.


"Devemos, se Deus quiser, a partir do início do mês que vem, com a decisão do ministro da Saúde de colocar um fim na pandemia, via portaria, nós voltarmos à normalidade no Brasil", disse. "Não se justifica mais todos esses cuidados no tocante ao vírus, praticamente acabou. Parece que acabamos a situação da pandemia", acrescentou.

Mas seu gesto ignora regras e convenções internacionais, assinadas pelo Brasil, assim como desafia a cautela pedida por parte dos organismos internacionais.

Apesar de ter registrado uma queda em número de novos casos de 15% e de óbitos na semana passada, o Brasil ainda aparece no mapa da OMS como o terceiro país com maior taxa de mortos no mundo no período de sete dias. Foram 3,3 mil óbitos na semana que terminou no domingo.


O Brasil é ainda o local das Américas com maior número de novas contaminações, com 331 mil infecções em uma semana, superando os EUA.

Um governo nacional pode tomar a iniciativa de dizer que um vírus já não representa uma ameaça para sua sociedade, o que ocorreu em alguns poucos locais da Europa.

Mas, oficialmente, cabe exclusivamente ao comitê científico da OMS (Organização Mundial da Saúde) declarar uma emergência sanitária internacional, assim como é seu mandato concluir que tal crise chegou ao fim.

No caso da covid-19, a emergência foi anunciada no final de janeiro de 2020, numa decisão que até hoje é alvo de polêmica por ter sido considerada por técnicos como tardia. A OMS se defende, alegando que o número de mortes fora da China era extremamente baixo. Numa primeira reunião convocada pelo grupo, para o dia 21 de janeiro de 2020, os técnicos estavam rachados e, portanto, não houve um acordo sobre declarar a emergência internacional.


Quando ela finalmente foi estipulada, as regras exigem que governos estabeleçam medidas de controle em suas fronteiras e passem a monitorar o vírus, além de reforçar os sistemas de saúde e adotar medidas recomendadas pela OMS.

No regulamento jurídico da agência internacional, não existe o conceito de "pandemia" e o máximo alerta que a OMS pode soar é mesmo o da "emergência global". Ainda assim, num esforço de chamar a atenção internacional sobre a gravidade da crise, a OMS optou por classificar o fenômeno de pandemia em março de 2020.

A próxima reunião do grupo está agendada para ocorrer em abril. Membros do comitê, questionados pelo UOL, evitaram antecipar qualquer projeção se existe espaço para uma eventual declaração do fim da emergência internacional.


A meta da OMS é a de conseguir que a fase aguda da pandemia seja encerrada em 2022. Mas, para isso, precisa garantir que 70% da população de cada país receba a vacina.

O problema é que, pela primeira vez em seis semanas, o número de novas contaminações sofreu uma alta na última semana, de 8% e atingindo 11 milhão de novos casos. Além disso, mais de 43 mil pessoas morreram em apenas uma semana.

Para o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, essa alta pode ser apenas "a ponta de um iceberg". Segundo ele, houve uma queda importante no número de testes e, mesmo assim, o total de contaminações aumentou. "Estamos vendo um aumento de casos, apesar da redução de testes em alguns países, o que significa que os casos que estamos registrando são apenas a ponta do iceberg", disse.

Seu apelo é para que governos continuem "vigilantes" em relação ao vírus e destacou como a região de Jilin se confronta hoje com um novo surto, na China. Na Ásia, os casos aumentaram em 25%, enquanto as mortes saltaram em 27%.

Na África, o aumento foi de 12% em novos casos e 14% em mortes. Alemanha, Suíça, Holanda e Reino Unido também registraram altas.

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