Grupelho visa Itaquerão. Atos em 50 cidades à tarde

Portal Plantão Brasil
15/5/2014 14:17

Grupelho visa Itaquerão. Atos em 50 cidades à tarde

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1033 visitas - Fonte: Brasil 247

Marginais Pinheiros e Tietê, Radial Leste e rodovia Anhanguera, em São Paulo, foram bloqueadas na manhã desta quinta-feira 15 por integrantes de movimentos sem-teto; grupo da ocupação batizada de "Copa do Povo", próximo ao estádio do Itaquerão, chegou por volta das 10h diante do estádio da abertura da Copa, dentro de 28 dias; Polícia Militar contou cerca de 2 mil pessoas em cinco protestos simultâneos; média de 400 participantes por ato; em Brasília, MTST tomou prédio da Terracap, em ato contra remoções; mote é "Copa sem povo: tô na rua de novo"; cerca de 50 cidades, entre as quais sete sedes do Mundial, têm atos marcados na tarde de hoje; de grupelhos ou de massa?



Previstos para ocorrerem na parte da tarde, em pelo menos 50 cidades grandes e médias do País, os protestos sob as mais variadas bandeiras ganharam um impulso em São Paulo. A Polícia Militar estimou em 2 mil pessoas. Houve cinco protestos simultâneos. Por essa conta, são 400 pessoas para cada ato. Reconheça-se: muito pouco, a não ser pela capacidade de tumulto que isso pode causar.



Com bloqueios nas principais artérias de trânsito da maior cidade do País, avançaram em direção ao estádio do Itaquerão, onde será feita a partida inaugural da Copa do Mundo. Alguns estudantes se juntaram à marcha. Pneus foram queimados, princípios de tumultos, registrados. Imagens captaram cenas de fogo, fumaça e raiva que irão, mais uma vez, percorrer o mundo. Ato de uma flagrante minoria ainda é capaz de incentivar cenas de baderna na parte da tarde, em outras cidades.



Nenhuma grande categoria profissional aderiu ao protesto em São Paulo. Nem houve mobilização de cidadãos que se dispõe a sair às tuas gritando contra a Copa do Mundo no Brasil. Mas nas faixas dos estudantes, o que sobressai é #naovaitercopa.



A julgar pelas ocorrências durante a manhã paulistana, circunscritas à Zona Leste, o movimento de oposição ao Mundial não animou a enorme maioria da população da maior cidade do País. O dia transcorre normalmente, mas as cenas mais fortes dão a sensação de que o caos deu novamente as caras. Ele pode surgir, mas será preciso bem mais que uma ação isolada, ainda que no entorno de um estádio da Copa do Mundo.



Abaixo, notícias da Agência Brasil a respeito:



Agência Brasil - Os integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) da ocupação Copa do Povo, em Itaquera, chegaram por volta das 10h no Estádio Itaquerão, que será palco da abertura da Copa do Mundo de 2014. Os manifestantes colocaram fogo em pneus e interditaram o sentido centro da Avenida Radial Leste, a principal ligação da zona leste com a região central da capital paulista.



Cerca de dois mil sem teto participam do ato contra os gastos públicos para o Mundial, segundo estimativa da Polícia Militar (PM). A Tropa de Choque da Polícia Militar está no local e fez um paredão entre os manifestantes e a Arena Corinthians para evitar que eles tenham acesso ao estádio.



Os sem-teto saíram em caminhada às 8h da ocupação Copa do Povo, em Itaquera. A área ocupada organizado pelo MTST fica a 4 quilômetros do estádio do Corinthians. O ato faz parte de uma série de mobilizações que ocorrem hoje nas cidades sedes do evento. O movimento estima que 4 mil pessoas participam do protesto.



Abaixo, reportagem anterior sobre os protestos:



Cerca de 2 mil pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar (PM), bloqueiam neste momento uma importante avenida em Itaquera, na zona leste, e seguem em direção ao estádio do Corinthians, que sediará a abertura da Copa do Mundo de 2014. Eles protestam contra os gastos públicos do Mundial e reivindicam moradia. Os manifestantes saíram em caminhada às 8h da ocupação Copa do Povo em Itaquera. A área ocupada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) fica a 4 quilômetros do estádio do Corinthians. O ato faz parte de uma série de mobilizações que ocorrem hoje (15) nas cidades-sede do evento. O movimento estima que 4 mil pessoas participam do protesto.



"Queremos mostrar a contradição que é gastar bilhões com esse evento, quando o povo precisa mesmo é de moradia e tantos outros direitos", explicou Maria das Dores Cerqueira, uma das coordenadoras do movimento. A ocupação Copa do Povo começou no dia 3 e já reúne cerca de 4 mil famílias, segundo a organização.



Integrantes de ocupações do MTST fazem manifestações em outros pontos da cidade. Os sem-teto da Nova Palestina e Dona Deda protestam na Marginal Pinheiros, próximo à Ponte João Dias; os da Faixa de Gaza e Capadócia manifestam na Giovanni Gronchi, próximo ao Shopping Jardim Sul; e os da Anchieta Grajaú fazem um ato na Ponte do Socorro. Os três atos ocorrem na zona sul. Na zona norte, integrantes do MTST da Ocupação Estaiadinha ocupam a pistas da Marginal Tietê, próximo à Ponte Estaiadinha.



Além das atividades convocadas pelo MTST, o Comitê Popular da Copa – formado por organizações como o Movimento Passe Livre (MPL) – faz um ato a partir das 17h, com concentração na Praça do Ciclista, na Avenida Paulista.



A especulação imobiliária na região onde foi construído o Itaquerão, como é conhecido o estádio da Copa, foi um dos motivos que levaram a auxiliar de limpeza Luciana Perisse, 38 anos, a aderir à ocupação. "A gente já mora longe e agora nem aqui a gente pode morar mais", reclamou. Itaquera fica no extremo leste da capital. Segundo ela, um aluguel de dois cômodos mais que dobrou depois que os jogos foram anunciados. "Estamos pagando R$ 500, R$ 600, e já tem gente sendo despejada, porque os donos aumentam e a pessoa fica sem pagar dois meses e é expulsa", relatou.



Na semana passada, movimento sociais, que formam o coletivo Resistência Urbana, iniciaram uma série de manifestações que devem ocorrer até a Copa do Mundo. A concentração dos protestos ocorreram simultaneamente em três pontos da capital paulista. O alvo foram grandes construtoras que receberam recursos para construção e reforma dos estádios. O movimento foi recebido pela presidenta Dilma Roussef, que fazia uma visita ao Itaquerão naquele dia. Ela prometeu estudar a possibilidade de construir moradias no terreno da ocupação Copa do Povo.



A manifestação faz parte da campanha "Copa sem Povo, tô na Rua de Novo". As reivindicações do movimento são divididas em seis eixos, em referência à busca pelo hexacampeonato da seleção brasileira de futebol. No eixo moradia, eles pedem leis para o controle do valor dos aluguéis, a formação de uma Comissão Nacional de Prevenção de Despejos Forçados e mudanças no Programa Minha Casa, Minha Vida. Na área da saúde, os movimentos querem o fim dos subsídios aos planos de saúde, o fim das privatizações e 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para o sistema público.



No transporte, pedem-se a redução imediata das tarifas, a criação de um fundo federal para redução anual do valor das passagens e tarifa zero com controle público. Para a educação, as reivindicações são a ampliação e construção imediata de creches, 10% do PIB para o sistema público e que a política de cotas e assistência estudantil seja permanente.



No âmbito da Justiça, eles querem a formação de uma Comissão Nacional da Violência do Estado contra a Periferia, a desmilitarização da Polícia Militar e o fim dos tribunais especiais e leis antimanifestação. Por fim, no eixo relacionado à soberania, eles pedem a garantia do trabalho informal durante a copa, a prevenção efetiva da exploração sexual e o pagamento de pensão vitalícia para as famílias dos operários mortos e feridos durante as obras da Copa.



Via Anhanguera liberada



A Via Anhanguera foi liberada por volta das 8h, segundo a Polícia Rodoviária Estadual. Um grupo formado por cerca de 50 sem-teto que havia interditado a rodovia desde as 6h30 liberou as pistas e seguiu pelo acostamento em direção à capital. O ato integra as várias manifestações organizadas pelos movimentos sociais convocados pela Associação Nacional dos Comitês Populares da Copa.



De acordo com a Polícia Rodoviária do Estado, mais um protesto, organizado por metalúrgicos, interdita neste momento a Ponte Atílio Fontana, na Marginal Tietê, que dá acesso à Via Anhanguera. Mais de 100 trabalhadores participam deste protesto.



Um outro protesto ocorre neste momento na zona sul da capital. Os movimentos Juntos! e Anchieta, que interditaram no início da manhã a Avenida Interlagos no acesso à Marginal Pinheiros, estão agora caminhando pela Ponte do Socorro.



Há protestos marcados em ao menos sete cidades-sede do Mundial, além de Vitória, no Espírito Santo, e ainda Santiago, no Chile.



Abaixo, reportagem da Agência Brasil sobre a organização dos movimentos:



Mariana Tokarnia - Faltam 28 dias para a Copa do Mundo. No portal oficial da Copa 2014, a contagem regressiva é feita em meio ao verde, amerelo e azul da bandeira do Brasil. Já no site do Comitê Popular da Copa de São Paulo, ela é feita em preto, com a pergunta: "Copa pra quem?". O questionamento expressa a indignação de movimentos sociais, organizações civis, partidos políticos, pessoas atingidas por grandes obras e ativistas que irão às ruas hoje (15) com a bandeira: "Copa sem povo: tô na rua de novo".



As mobilizações deste 15 de Maio, intitulado 15M - Dia Internacional de Lutas contra a Copa, foram definidas no início do mês, no Encontro dos Atingidos – Quem Perde com os Megaeventos e Megaempreendimentos, organizado pela Associação Nacional dos Comitês Populares da Copa (Ancop), para denunciar violações de direitos humanos que ocorreram durante a preparação do Mundial.



Estão agendadas manifestações em, pelo menos, sete cidades-sede da Copa do Mundo -Rio de Janeiro, Distrito Federal, Fortaleza, Belo Horizonte, São Paulo, Porto Alegre e Salvador, além de Vitória, no Espírito Santo e, Santiago, no Chile. As confirmações pelo Facebook passavam das12 mil até a noite de ontem (14).



Os manifestantes pretendem tomar as ruas, como ocorreu em junho do ano passado, quando uma série de atos mobilizou milhares de brasileiros durante a Copa das Confederações. Em manifesto, ativistas e movimentos que convocaram o 15M apresentam 11 reivindicações, dentre as quais, o arquivamento dos projetos de lei que tipificam crime de terrorismo ou ampliam penas para danos causados durante manifestações. Os atos também cobram a desmilitarização das polícias, pensão vitalícia para as famílias dos nove operários mortos trabalhando na construção de estádios da Copa, bem como a responsabilização das construtoras.



Os movimentos também reivindicam o fim dos despejos e das remoções forçadas, a realocação de todas as famílias atingidas e a garantia de moradia digna. Defendem a democratização dos meios de comunicação, com ênfase nas transmissões dos jogos, que será feita com exclusividade pela Rede Globo, e investimentos em transporte público de qualidade, além da tarifa gratuita nos transportes públicos – pauta que movimentou o país, no ano passado.



Cada cidade tem uma programação própria dos atos, mas a maior parte das passeatas está prevista para o período da tarde.



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