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O clima de acirramento entre o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e seu vice Hamilton Mourão (PRTB) ganhou mais um capítulo nesta segunda-feira (4). Na carta enviada ao Congresso, o presidente quebrou uma tradição desde a redemocratização e não incluiu a assinatura de seu vice na mensagem, dando a entender que o conteúdo não tem a anuência de Mourão.
Todos os últimos ex-presidentes incluíram seus respectivos vices em suas mensagens: Michel Temer, em dois mandatos de Dilma Rousseff, José Alencar, em dois mandatos de Lula, Marco Maciel, em dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso, e finalmente Itamar Franco, na mensagem de Fernando Collor.
A decisão de retirar o vice-presidente da mensagem coloca mais evidente a ruptura entre Bolsonaro e Mourão, que começou mesmo antes da eleição.
Eles já haviam se desentendido em relação a leis trabalhistas em setembro do ano passado, sobre a política externa do presidente, no episódio da mudança da embaixada brasileira em Israel para Jerusalém e, mais recentemente, sobre a transparência da família presidencial em relação ao caso do motorista Fabrício Queiroz, acusado de integrar um esquema de corrupção ligado ao senador Flávio Bolsonaro.
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