Metade dos ex-ministros de Bolsonaro enriqueceu em 4 anos

Portal Plantão Brasil
16/8/2022 18:18

Metade dos ex-ministros de Bolsonaro enriqueceu em 4 anos

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545 visitas - Fonte: O Globo

Dos 15 ex-ministros do governo de Jair Bolsonaro que tentam conquistar um cargo público nas eleições deste ano, sete declararam à Justiça Eleitoral aumento de patrimônio desde a última vez que concorreram, há quatro anos ou, em um dos casos, há oito. Outros dois afirmam ter ficado mais “pobres” e registraram valores menores em bens, enquanto seis disputam pela primeira vez — e não é possível comparar a evolução de seus patrimônios.


A maior variação foi registrada por Rogério Marinho (PL), que comandou a pasta do Desenvolvimento Regional e agora tenta se eleger senador pelo Rio Grande do Norte. Ele dobrou o patrimônio declarado entre 2018 e 2022, saltando de R$ 983,2 mil para R$ 1,984 milhão em bens.

Ao GLOBO, Marinho disse que a evolução é compatível com a sua renda. Como ministro, ele recebia salário de R$ 30,9 mil mensais brutos e não registrou nenhuma atividade empresarial em seu nome na declaração enviada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).


— Em 2018, eu possuía um apartamento financiado, um terreno e duas casas. Agora, eu tenho o apartamento, faltando 16 anos para quitar, e o terreno, que foi transformado em cotas. O que houve foi a atualização do mesmo apartamento, acrescido do pagamento feito ao longo dos últimos quatro anos, além de aplicações compatíveis com os meus rendimentos — afirmou o candidato.

A venda de cotas também foi a justificativa do candidato ao governo da Bahia João Roma (PL), ex-ministro da Cidadania, que declarou valor em bens 23,7% maior: passou de R$ 4,5 milhões em 2018 para R$ 5,6 milhões neste ano. Apenas o apartamento de Roma vale R$ 2,5 milhões. Ele ainda declarou ter R$ 2,7 milhões em outros bens e direitos, um veículo de R$ 153,2 mil e aplicações que somam R$ 138,5 mil. Em 2018, ele havia declarado possuir outros dois apartamentos e até joias, quadros ou objetos de arte, que não constam mais nesta declaração.


— Minha variação patrimonial ocorreu, principalmente, pela venda de cotas de uma empresa agropecuária de que eu era sócio — disse.

O ex-ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PL-MG), que foi demitido por Bolsonaro ainda em 2020, teve um avanço maior no seu patrimônio, de 54,8%, passando de R$ 773,1 mil para R$ 1,2 milhão.

Ele foi o pivô do caso batizado como “laranjal do PSL” – então partido de Bolsonaro –, que investigava um esquema de candidatas de fachada na sigla. Em 2018, ele tinha R$ 400 mil em dinheiro vivo, um apartamento e outras participações. Agora, a maior parte de seu patrimônio – R$ 1,07 milhão – está distribuído em aplicações e depósitos em conta.


A ex-secretaria de Governo, Flavia Arruda (PL), que disputa uma cadeira no Senado pelo Distrito Federal, teve um avanço de 34,8% no patrimônio, que passou de R$ 774,9 mil para R$ 1,04 milhão neste ano. O astronauta Marcos Pontes (PL), que tenta o Senado por São Paulo, teve um crescimento de 25,3 %: passou de R$ 1,5 milhão em 2018 para R$ 1,9 milhão em 2022.

Concorrentes na disputa pelo Senado por Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina (PP) e Luiz Henrique Mandetta (União) também tiveram avanços nos patrimônios. A comparação de Mandetta abarca um intervalo de tempo maior: de 2014 até 2022, seu patrimônio avançou 18%, passando de R$ 643,6 mil para R$ 748,5 mil. Já Tereza Cristina viu o patrimônio pular de R$ 5,2 milhões para R$ 5,7 milhões, um avanço de 10% entre 2018 e 2022.


Patrimônio menor

Na contramão dos colegas, dois ex-ministros registraram patrimônios menores. É o caso de Onyx Lorenzoni (PL), que está disputando o governo do Rio Grande do Sul, e viu o patrimônio encolher 6,4% entre os últimos pleitos. Em 2018, ele declarou bens que totalizaram R$ 1,048 milhão. Agora, tem R$ 981,8 mil, tendo declarado R$ 388,8 mil como crédito decorrente de empréstimo.

Mas a maior redução patrimonial foi a de Ricardo Salles (PL), ex-ministro do Meio Ambiente, que tenta se eleger deputado. Em 2018, ele declarou possuir R$ 8,9 milhões em patrimônio, que incluía dois apartamentos no valor de R$ 6 milhões, R$ 2,3 milhões em fundos de ações, uma embarcação de R$ 500 mil e R$ 53,7 mil em dinheiro ou na poupança.

Na declaração ao TSE neste ano, seu patrimônio encolheu para R$ 3,97 milhões. Ele informou ao TSE que possui uma casa, de R$ 3,15 milhões, um veículo de R$ 120 mil e aplicações de R$ 700 mil.


Sem comparação

Os outros ex-ministros de Jair Bolsonaro são estreantes nas eleições, e não é possível comparar o patrimônio. O ex-ministro da Infraestrutura, Tarcisio de Freitas (Republicanos), que concorre ao governo de São Paulo, declarou ter R$ 2,3 milhões em bens – seu apartamento vale R$ 2,1 milhões.

Candidato de Bolsonaro em Pernambuco, o ex-ministro do Turismo, Gilson Machado (PL), que tenta uma vaga no Senado, registrou patrimônio de R$ 1,7 milhão. Já o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello (PL), candidato à Câmara dos Deputados pelo Rio de Janeiro, disse ter R$ 1,3 milhão em bens.


No Distrito Federal, Damares Alves (Republicanos), que está na disputa pelo Senado, declarou patrimônio de R$ 525 mil, o valor de seu apartamento, além de uma caderneta de poupança com R$ 32. Também postulante a uma vaga no Senado, mas pelo Paraná, Sergio Moro (União), ex-ministro da Justiça, tem patrimônio de R$ 1,6 milhão.

Ex-ministro da Defesa, o general Walter Braga Netto, por sua vez, declarou um patrimônio de R$ 1,6 milhão, englobando dois apartamentos (R$ 416.117), uma motocicleta (R$ 64.393,28); ações (cerca de R$ 1 milhão), título de renda fixa (R$ 49.482,02) e investimentos (R$ 43.694,13). Ele concorre como vice na chapa de Bolsonaro à reeleição.

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