20/5/2014 15:07

Amaral sobre PSB-PSDB: 'Não sei de acordo nenhum'

624 visitas - Fonte: Brasil 247

Em meio à relação estremecida entre o presidenciáveis Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves (PSDB), o vice-presidente nacional da legenda socialista, Roberto Amaral, afirmou desconhecer o suposto pacto de não agressão em alguns estados feito pelas duas lideranças; "Eu não estive nesse encontro, não sei sobre acordo nenhum. E mesmo que estivesse, seria totalmente contra", disse; a ausência do PSB no lançamento da pré-candidatura do PSDB ao Governo de Minas abre brecha para que os tucanos lancem candidato próprio em Pernambuco; o PSB já teria decidido lançar Julio Delgado como candidato ao governo de Minas



Em meio à relação estremecida entre o presidenciável pelo PSB, Eduardo Campos, e o senador Aécio Neves (PSDB), também pré-candidato ao Palácio do Planalto, o vice-presidente nacional da legenda socialista, Roberto Amaral, afirmou desconhecer o suposto acordo entre as duas lideranças. Segundo os bastidores, ambos teriam combinado de o PSDB apoiar o PSB na eleição para governador de Pernambuco, e, em troca, os pessebistas apoiariam o ex-ministro das Comunicações, Pimenta da Veiga, em Minas. O racha abre brecha para os tucanos reverem a possibilidade de rompimento com o PSB e lançarem candidato próprio ao Palácio do Campo das Princesas. Nesta segunda-feira (19), o PSB mineiro teria decidido por ter candidato próprio no Estado, evidenciando o distanciamento entre as legendas.



"Eu não estive nesse encontro, não sei sobre acordo nenhum. E mesmo que estivesse, seria totalmente contra", disse Amaral, ao jornal Folha de Pernambuco. "Cada um sabe o que é melhor para o seu partido e o melhor para o PSB é ter candidatura própria", acrescentou o parlamentar, referindo-se a uma possível postulação da legenda em Minas Gerais, reduto eleitoral de Aécio Neves, ex-governador daquele estado.



Os nomes que vêm sendo cotados para disputar o governo mineiro é o do deputado federal Júlio Delgado, que se candidatou à Presidência da Câmara Federal em 2013, e do ambientalista Apolo Heringer (PSB), que tem uma relação amistosa com a sua correligionária Marina Silva, vice de Campos e fundadora da Rede Sustentabilidade.



O fato é que a quebra do suposto "pacto de não agressão" pode respingar em Pernambuco e, neste caso, o PSDB lançaria candidatura própria ao invés de apoiar o ex-secretário estadual da Fazenda Paulo Câmara, pré-candidato do PSB ao Palácio do Campo das Princesas.



Na semana passada, em entrevista ao Pernambuco 247, o deputado estadual Daniel Coelho (PSDB), confirmou que, se o PSB lançar candidato próprio em Minas, os tucanos também não apoiarão os socialistas no Estado. Mas vale ressaltar, que, apesar da aliança, Coelho se manteve na oposição ao governo pessebista, que, atualmente, é comandado por João Lyra.



"O entendimento do partido é de que, se o PSB não quer ficar conosco, nós também não queremos ficar com eles", disse o parlamentar. "Entretanto, não é o PSDB de Pernambuco que está tratando desse assunto, já que não é uma coisa local. Isso está sendo tratado diretamente com o senador Aécio Neves [pré-candidato à Presidência da República (PSDB-MG)]. De qualquer maneira, se o pacto foi firmado, nós esperamos que ele seja cumprido", acrescentou.



Um indicativo de que o suposto pacto entre tucanos e socialistas não deverá ser concretizado ocorreu nesta segunda-feira (19), em Belo Horizonte. Vários integrantes do PSDB, inclusive o senador Aécio Neves, lançaram o ex-ministro Pimenta da Veiga como pré-candidato do partido ao governo de Minas, com um detalhe: sem a presença de lideranças do PSB no evento. Ainda nesta segunda, de acordo com o jornal Estado de Minas, o PSB mineiro teria optado por ter uma candidatura própria no Estado e o nome de Delgado é o que ganha força em razão da sua aproximação com o presidenciável e presidente da legenda socialista, Eduardo Campos.



Sobre uma eventual candidatura própria do PSB em Minas, o presidenciável tucano afirmou: "Tenho visto isso pelos jornais. Como disse, da minha parte os acordos firmados serão honrados. Tem que perguntar isso para ele (Campos).



Campos versus Aécio



A possibilidade cada vez mais real de o PSB lançar candidatura própria ao governo de Minas tem a ver com a postura da ex-ministra Marina Silva diante da relativa proximidade entre as duas legendas. A socialista já manifestou a sua posição de que o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos deve endossar as críticas ao presidenciável pelo PSDB, Aécio Neves.



Ao tentar um distanciamento dos tucanos, Marina quer dizer, na entrelinha, que a "nova política", o principal mote do discurso de Campos, não condiz com aliança entre PSB e PSDB. Fruto desta divergência é o cenário eleitoral em São Paulo, maior colégio eleitoral do País. A ex-senadora e o socialista ainda discutem o futuro da chapa. Enquanto Campos vinha sinalizando para uma possível aliança com o governador Geraldo Alckmin (PSDB), Marina quer um postulante próprio – ou da Rede ou do PSB.



Um exemplo da discordância de possíveis alianças com o PSDB por parte de Marina foi a declaração da ex-ministra no dia 7 de maio, durante palestra sobre sustentabilidade na Universidade Federal do Tocantins. Na ocasião, Marina disse que o PSDB tem "cheiro de derrota". "O PSDB sabe que já tem o cheiro da derrota no segundo turno", afirmou.



Curiosamente, as declarações da ex-ministra foram confirmadas por Campos. "A análise de Marina é a visão de muitas pessoas", disse o ex-chefe do Executivo pernambucano, durante visita à Expozebu, feira pecuária em Uberaba (MG). "É um fato das últimas três eleições", observou Campos, remetendo às três últimas eleições presidenciais, nas quais o PSDB saiu derrotado pelo PT no segundo turno.



O "estopim" para a quebra do suposto "pacto de não agressão" entre PSB e PSDB em alguns estados foi a declaração de Aécio, no dia 2 de maio, no Fórum Empresarial de Comandatuba, na Bahia. No evento, Aécio foi taxativo: "Sinceramente, ouvindo o Eduardo falar, não o vejo como adversário".

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