ALTMAN: ESCOLHAS DE DILMA DIVIDIRAM A ESQUERDA

Portal Plantão Brasil
2/12/2014 08:03

ALTMAN: ESCOLHAS DE DILMA DIVIDIRAM A ESQUERDA

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1290 visitas - Fonte: Brasil 247

Colunista Breno Altman afirma que a escolha de Joaquim Levy, "apimentada" pelo convite a Kátia Abreu, explicita as divergências entre duas abordagens; "A primeira política propõe a continuidade da tática que levou à vitória eleitoral. Não subestima a necessidade de construir governabilidade institucional, mas só vê saída para o processo de mudanças se houver real empenho para constituir os trabalhadores, os movimentos sociais e a militância de esquerda", diz ele; o principal foco de mudança, neste caso, seria a reforma política; "a segunda politica tem raiz na compreensão que o momento é de defensiva e propõe um recuo estratégico", afirma; o risco seria, a seu ver, "a hipótese de definhamento e divisão do campo popular"



O jornalista Breno Altman, editor do Opera Mundi e colunista do 247, enxerga a presidente Dilma entre dois caminhos, que dividem a esquerda. Um deles, o de aprofundamento das mudanças. Outro, o de recuo estratégico.



"O nome de Joaquim Levy, diretor do Bradesco e renomado economista de orientação liberal, elevou esta mal-estar a um patamar superior. Devidamente apimentada, é claro, pela possível indicação da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), notória liderança ruralista, para a pasta da Agricultura", diz ele.



Segundo ele, há duas vertentes. "A primeira política propõe a continuidade da tática que levou à vitória eleitoral. Não subestima a necessidade de construir governabilidade institucional, formando maioria congressual, mas só vê saída para o processo de mudanças se houver real empenho para constituir os trabalhadores, os movimentos sociais e a militância de esquerda como destacamento mobilizado para pressionar as instituições de fora para dentro", afirma. "O objetivo seria aproveitar a energia produzida na campanha eleitoral. Para tanto, aposta em intensificar a polarização programático-ideológica na sociedade (...) O centro de gravidade deste programa estaria na reforma política através de uma Constituinte convocada por plebiscito popular. A ambição seria acabar com o financiamento empresarial das campanhas, adotar o voto em lista partidária, instituir novos mecanismos de participação popular e democratizar os meios de comunicação."



"A segunda politica tem raiz na compreensão que o momento é de defensiva e propõe um recuo estratégico", afirma. "Não apenas a correlação institucional de forças seria desfavorável, com o controle do parlamento pelo conservadorismo, como as possibilidades de mobilização social não passariam de ilusão. Ou insuficientes para deslocar o território da governabilidade, ainda que modestamente, na direção das ruas."



De acordo com o colunista, Dilma parece pender mais para a segunda alternativa. Mas ambas embutem riscos consideráveis.



"A política do recuo, por sua vez, tem epicentro no governo e nas decisões recentes da presidente Dilma Rousseff. Não é uma discussão simples, pois ambas saídas envolvem riscos altíssimos", diz ele. "A ofensiva oferece o bônus de um salto adiante nas reformas, se for bem-sucedida. Mas seu fracasso poderia levar a uma derrota histórica."



"O recuo, por sua vez, aparenta ser caminho mais seguro, ainda que determinado pela desaceleração das mudanças. Mas pode ser vulnerável à hipótese de definhamento e divisão do campo popular, como já ocorreu em outras épocas, facilitando a vida das forças conservadoras."



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