Suspensão de empresas pela Petrobras pode romper paradigma

Portal Plantão Brasil
31/12/2014 08:39

Suspensão de empresas pela Petrobras pode romper paradigma

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1113 visitas - Fonte: Jornal GGN

Suspensão de contrações futuras de 23 empreiteiras investigadas pela operação Lava Jato poderá representar quebra de paradigma ao mercado de construção. Desde a Ditadura Militar até hoje empresas médias e estrangeiras relutam em atuar em grandes obras no Brasil, em todas as estâncias governamentais, por considerarem “causa perdida”.



A suspensão de grupos brasileiros de futuras contratações de obras pela Petrobras, incluindo projetos orçados em bilhões de reais, poderá significar oportunidade para que empresas médias e internacionais se organizem para oferecer seus serviços à estatal.



Mas há desafios pela frente.



As médias empresas terão que atender às rígidas exigências da empresa para tornar-se fornecedor dela, além de comprovar expertise em área de alta especialização.



A Petrobras também terá que conquistar a confiança das empresas estrangeiras para que participem de licitações com chances iguais às nacionais – se é que a estatal pretende mesmo contar com grupos internacionais na disputa por obras.



Construtoras medianas comumente reclamam de exigências da Petrobras com os contratos já em curso – e pela consequente remuneração dos serviços. Justo ou não, qualquer atraso de pagamento costuma colocar essas empresas em situação crítica, já que não contam com dinheiro em caixa – nem bons financiamentos – para suportar contingenciamentos desse tipo.



Além disso, as médias empresas terão de aprender a desenvolver consórcios para participar de licitações – fato mais do que comum entre as gigantes do setor. A prática é essencial para obter grandes obras na empresa que mais detém projetos no Brasil – seguida de perto pela Vale.



Com relação às companhias internacionais, elas ainda sofrem forte oposição do setor nacional de engenharia e construção para ingressar no mercado brasileiro, além de não confiarem em trabalhar para agentes públicos no Brasil. A vantagem da Petrobras em atraí-las é que as mesmas possuem tecnologia e conhecimento multidisciplinar (a maioria delas tem atuação global), itens fundamentais para operar com companhias petrolíferas.



A Petrobras tem projetos importantes em desenvolvimento – como o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) – e outros encaminhados – como, por exemplo, as refinarias Premium I e II (no Maranhão e Ceará, respectivamente). São iniciativas que permitirão ao País diminuir sobremaneira a dependência lá de fora de derivados do petróleo.



No Comperj, há empresas estrangeiras que atuam em obras em regime de consórcio com grandes grupos brasileiros. Empresas médias são muitas vezes subcontratadas por gigantes do setor da construção em seus projetos na Petrobras, ou realizam trabalhos menores diretamente à estatal.



Com a nova medida, o mercado se abre. Mas como qualquer quebra de paradigma, a substituição não acontecerá da noite para o dia. Vai depender de como a Petrobras e as empresas interessadas em entrar nesse apetitoso segmento vão encarar a nova realidade.



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