A luta de Brizola e o golpe de 1964

Portal Plantão Brasil
1/4/2014 10:33

A luta de Brizola e o golpe de 1964

Devido ao parentesco, Brizola não poderia concorrer a presidente em 1965. Seus partidários protestavam: “Cunhado não é parente, Brizola pra presidente!”.

0 0 0 0

1106 visitas - Fonte: Conversa Afiada

O Conversa Afiada reproduz do Blog do Mario Magalhães:



DO ARQUIVO SECRETO DO DOPS: NO RÁDIO, BRIZOLA ALERTOU SOBRE GOLPE EM 1964



Muitas semanas antes da deposição de seu correligionário e cunhado João Goulart, o deputado federal Leonel Brizola alertou para a possibilidade de um golpe de Estado no Brasil.



É o que mostra gravação feita pela polícia política carioca, que monitorava os pronunciamentos que o ex-governador do Rio Grande do Sul fazia todas as noites por meio de modesta cadeia radiofônica encabeçada pela Rádio Mayrink Veiga.



O áudio foi guardado no arquivo secreto do antigo Departamento de Ordem Política e Social da Guanabara, o Estado que então equivalia ao atual município do Rio. Hoje integra o acervo do Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro.



Tem meia hora de duração e não registra nem o início nem o encerramento de um discurso de Brizola ocorrido provavelmente em fevereiro de 1964.



O deputado do Partido Trabalhista Brasileiro falava a uma plateia em local não informado, e as emissoras transmitiam ao vivo. Ele tinha 42 anos.



Aos 39, havia sido o principal líder da resistência contra a tentativa de golpe de agosto-setembro de 1961. O presidente Jânio Quadros renunciara, e golpistas capitaneados pelos comandantes das três Forças Armadas tentaram impedir a posse do vice, Jango. Governador do Rio Grande do Sul, Brizola foi decisivo para que Goulart assumisse, ainda que com menos poderes que o antecessor.



A semanas da derrubada de Jango, em 1964, Brizola clamava pela formação de comandos nacionalistas ou grupos de 11 pessoas. O nome não havia sido decidido. As organizações ficariam conhecidas como “grupos dos 11?, o mesmo número de jogadores dos times de futebol. Deveriam se dedicar, entre outros objetivos, a impedir o golpe.



Brizola advertiu para a possibilidade de “golpe” e de “ditadura”: “Caminhamos para um desfecho desta crise”.



Prometeu: “Vai ter luta”.



Não teve, pois Jango, temendo derramamento de sangue, preferiu não resistir em 1º de abril.



Devido ao parentesco, Brizola não poderia concorrer a presidente em 1965. Seus partidários protestavam: “Cunhado não é parente, Brizola pra presidente!”.



Jango também não poderia participar do pleito, pois a reeleição era vetada.



A ditadura cancelou a eleição, e somente em 1989 os brasileiros votaram de novo para presidente.



Um aspecto curioso da manifestação de Brizola são as referências às mazelas nacionais. Mais à esquerda do que o cunhado, ele pregava que o governo realizasse de fato as reformas estruturais prometidas. Em março, Jango começaria a implementá-las com mais decisão.



APOIE O PLANTÃO BRASIL - Clique aqui!

Se você quer ajudar na luta contra Bolsonaro e a direita fascista, inscreva-se no canal do Plantão Brasil no YouTube.



O Plantão Brasil é um site independente. Se você quer ajudar na luta contra o golpismo e por um Brasil melhor, compartilhe com seus amigos e em grupos de Facebook e WhatsApp. Quanto mais gente tiver acesso às informações, menos poder terá a manipulação da mídia golpista.


Últimas notícias

Notícias do Flamengo Notícias do Corinthians