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Na entrevista concedida ontem à TV GGN 20 horas, o cientista política Leonardo Avzriter foi certeiro: o maior problema à democracia brasileira é o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que se tornou um serviçal do mercado.
Some-se, agora, o novo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, que, em palestra a uma instituição financeira colocou-se totalmente à disposição de suas teses, quando assumisse a presidência do órgão.
Com os desatinos de Bolsonaro e seu estilo conciliador, Rodrigo Maia poderia ter sido o grande condutor das instituições em direção ao regime democrático. Conspirou contra ele apenas um ponto fundamental: é herdeiro da pequenez que tomou conta da política fluminense-carioca que, em décadas passadas, era quase um farol do país.
Em tempos passados, César Maia foi uma das referências do pensamento desenvolvimentista brasileiro. Foi exilado, voltou, teve papel relevante como economista e deputado. Mantinha uma coluna referencial na Folha de S. Paulo e emergiu como uma força de renovação da política carioca. Eleito prefeito do Rio de Janeiro, aderiu rapidamente ao padrão carioca de política.
O mesmo ocorreu com Moreira Franco que, em determinado momento, chegou a ser tratado como herdeiro da tradição política no estado – era genro de Amaral Peixoto, por sua vez genro de Vargas. O grande destino político de Moreira Franco foi comandar o gado do centrão – ao lado de Michel Temer, Geddel e Padilha.
Depois de Leonel Brizola, nenhum político resistiu à assoladora mediocrização do Rio de Janeiro.
Rodrigo Maia é herdeiro direto de duas forças que se desintegraram no ambiente rarefeito da política do Rio: seu pai César Maia e seu sogro Wellington Moreira Franco.
Esse é o ponto central da crise brasileira: a falta de estadistas não apenas na presidência, mas nos demais poderes. Rodrigo teve a oportunidade única de ser o coordenador da grande frente democrática, justamente por seu papel de moderador dos ímpetos de Bolsonaro. Tivesse um mínimo de grandeza política poderia até se habilitar a coordenador da grande frente democrática – que não passa de uma ficção atualmente.
Entre reorganizar o país ou prestar serviços para o mercado, mesmo que com o risco de consolidar uma futura ditadura bolsonarista, fica com o mercado. Nem se critique muito. Mais do que ninguém, Rodrigo Maia sabe quais são seus limites e conhece seu tamanho. Ele só consegue se distinguir como contraponto a Bolsonaro. Logo, tornou-se umbilicalmente ligado ao seu suposto oponente. E seu único trunfo é o mercado.
O cemitério das vocações frustradas do Rio tem Francisco Dornelles, Miro Teixeira, Eduardo Paes. E a decadência inexorável de uma antiga grande cidade.
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