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Em um referendo realizado no último domingo (3), a população da Venezuela, liderada pelo governo de Nicolás Maduro, expressou uma posição contundente sobre a disputa territorial com a Guiana, rejeitando a jurisdição do Tribunal Internacional de Justiça e apoiando a criação de um novo estado na região de Essequibo. Este território, rico em hidrocarbonetos e historicamente disputado, foi objeto de cinco questões no referendo, todas aprovadas por mais de 95% dos votantes, segundo a autoridade eleitoral venezuelana.
A região de Essequibo, oficialmente parte da Guiana desde 1841, tem sido um ponto de tensão entre os dois países. A Venezuela, sob a liderança de Maduro, busca anexar esta área, embora os detalhes de como isso seria implementado ainda não estejam claros.
Elvis Amoroso, presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, anunciou os resultados, destacando uma vitória esmagadora para o "Sim". O presidente Maduro celebrou o resultado como um marco histórico, enquanto o presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, adotou uma postura cautelosa, enfatizando a importância da diplomacia e da manutenção das fronteiras atuais.
A votação foi estendida além do horário programado, refletindo a importância do referendo para a população venezuelana. A disputa pelo território de Essequibo é um problema centenário, com a Guiana mantendo o controle sobre a região, que representa cerca de 70% de seu território. A descoberta de reservas petrolíferas em 2015 na área próxima a Essequibo trouxe um novo foco para a disputa, dada a importância econômica desses recursos.
As reivindicações territoriais de ambos os países têm bases históricas e legais distintas. A Guiana se apoia no laudo de 1899, enquanto a Venezuela defende sua soberania com base no acordo de 1966. Este referendo, apoiado por manifestantes venezuelanos, reflete a complexidade e a importância da questão territorial na geopolítica regional.
Confira as cinco perguntas elaboradas pelo governo de Maduro:
-Você rejeita a fronteira atual?
-Você apoia o Acordo de Genebra de 1966?
-Você concorda com a posição da Venezuela de não reconhecer a jurisdição da Corte Internacional de Justiça?
-Você discorda de a Guiana usar uma região marítima sobre a qual não há limites estabelecidos?
-Você concorda coma criação do estado Guiana Essequiba e com a criação de um plano de atenção à população desse território que inclua a concessão de cidadania venezuelana, incorporando esse estado ao mapa do território venezuelano?
*Com informações do DCM
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